tipminer
Líder divide VIP e Xepa no BBB 24; confira a divisão da casa após a 12ª Prova do Líder
tipminer
Líder divide VIP e Xepa no BBB 24; confira a divisão da casa após a 12ª Prova do Líder
Beatriz é a nova Líder da semana e forma o seu VIP
é a nova Líder do 24, após vencer a . A vendedora do Brás teve direito a chamar 4 pessoas para integrar o VIP ao seu lado, deixando o restante dos confiados na Xepa.
Beatriz divide o VIP — Foto: Globo
Confira a nova divisão da casa:
No VIP, além da Líder, ficam também: , , , .
Na Xepa estão: , , , , , , , .
Fim do Tá com Nada
Logo depois, anunciou que os brothers e sisters estão liberados do . Os confinados
Tadeu Schmidt libera brothers do 'Tá com Nada'
Maria Antónia Oliveira abandonou biografia de Luiza Neto Jorge por falta de financiamento
Maria Antónia Oliveira participou hoje num encontro promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que durante dois dias vai juntar vários autores portugueses e estrangeiros para debater “a arte da biografia”.
A sessão de hoje de manhã, que ditou a abertura da conferência, contou com a participação da escritora britânica Sarah Bakewell, autora de uma biografia sobre Montaigne, e Maria Antónia Oliveira, autora de “Alexandre O’Neill, Uma Biografia Literária”, que será este mês reeditada, em versão revista e aumentada.
Durante a sua exposição, a escritora portuguesa disse que atualmente se encontra a trabalhar na biografia de Cesário Verde e revelou que tinha começado a da poetisa e tradutora Luiza Neto Jorge (1939-1989), mas que esta “ficou parada”.
“O projeto Luiza Neto Jorge ficou suspenso por falta de financiamento. Já estava em contacto com o herdeiro dela, o Dinis Jorge, e sei que o espólio dela está numa casa no Algarve um bocadinho abandonado”, revelou.
Maria Antónia Oliveira considerou que Luiza Neto Jorge “seria uma bela biografada” e confessou: “Tive imensa pena de não poder fazer [a biografia]”.
Sobre o seu trabalho de biógrafa – um género que conheceu por causa de uma encomenda para a biografia de Alexandre O’Neill – confessou a dificuldade que sente atualmente em investigar a vida de alguém que já morreu há tanto tempo.
“Agora estou a braços com o Cesário e com os seus antepassados. É um tecido muito morto. Há muitos avós e bisavós, às tantas perco-me e pergunto onde está o biografado”, contou.
A biografia de Cesário Verde é o que a autora chama de “biografia de secretária”, porque não pode entrevistar ninguém.
“Sinto muita falta disso, porque há muito pouca informação sobre o Cesário”, lamentou, admitindo que mesmo com toda a investigação que já fez sobre o século XIX e sobre a vida do poeta, continua a sentir que não sabe muito.
“É complicado, porque ele morreu com 37 anos, não foi aclamado em vida, e houve um incêndio, no início do século XX, em que arderam os papéis dele. A figura do Cesário é mais esfumada. Quase não há retratos dele, há três ou quatro, um deles do Columbano [Bordalo Pinheiro], há poucas cartas, escondidas por aí. Gostava de ter acesso a elas, é um problema que terei de resolver”.
A situação com o poeta Alexandre O’Neill foi completamente diferente, pois quando começou a fazer pesquisa, ele tinha morrido há muito pouco tempo, e estava muita gente viva que o tinha conhecido.
“Não tinha acesso aos arquivos dele, então pensei que era bom falar com quem ficou. Tenho horas de entrevistas com pessoas e tive sorte, porque tive muito poucas recusas. A biografia é uma coisa bastante intrusiva. Tive de lidar com suscetibilidades, vaidades, sobreposições de ego. Essa biografia é muito o resultado dessas mais de 60 entrevistas que fiz”, contou.
Maria Antónia Oliveira não sabia quase nada sobre O’Neill, porque não era um poeta na moda, nem conhecido como é hoje, e era visto como um poeta menor, contou, revelando que na altura falou com alguns dos seus colegas poetas, que manifestaram um certo espanto pela escolha de O’Neill.
Se a escrita da biografia de Alexandre O’Neill a fez apaixonar-se pelo género literário, o mesmo não se aplica ao biografado, confessou.
“Comecei por gosto, pela obra, comecei a pesquisar e apaixonei-me pelo género, não pelo biografado. O género biográfico achei muito apaixonante, a parte da investigação, da narrativa, pegar nas coisas mortas, que são documentos, papéis, certidões, entrevistas e dar vida àquilo”.
Depois, ficou-se pela biografia, tendo voltado ao ensaio – o único género que anteriormente trabalhava – “para escrever um ensaio sobre a biografia”.
A autora falou ainda de quanto há de humanista em fazer a biografia de alguém, porque representa “colocar-se no lugar do outro, tentar entrar dentro de outra pessoa”.
“Isso para mim é das coisas mais contra a corrente de hoje em dia, escrever sobre o outro. Toda a gente hoje escreve sobre si próprio, grita ‘Eu’. Faz falta olhar para o outro”, afirmou.
Sobre o biografado, confessou que a certa altura se maçou com ele e teve “ataques de feminismo”, mas tentou sempre “dizer a verdade”, que “é uma coisa importante e não é o mesmo que objetividade”.
“Posso ter apresentado uns lados dele mais negros. Não é dizer bem, nem mal, é dizer quem ele era”, sublinhou.
Quando acabou de escrever a biografia de Alexandre O’Neill, Maria Antónia Oliveira era “uma pessoa mudada”, reconheceu.
“Sou uma biógrafa diferente, dependendo do biografado, daquilo que ele pede. Notei isso agora, quando tive de aumentar a biografia do O’Neill. Tive de recuperar, encontrar a biógrafa Maria Antónia de há 23 anos, que já não sou, e que agora é a biógrafa do Cesário, porque senão ia perceber-se que [as alterações e acrescentos] eram excertos introduzidos por outra pessoa. Isso foi o mais difícil”.
tipminer